domingo, 17 de julho de 2011

Bandas que detonam: LIVING COLOUR

Ela não recebe nem a metade do valor que deveria. Uma banda revolucionária, que consguiu o raro feito de agradar fãs da black music e do hard rock, misturando em sua platéia gente dançando ao lado de batedores de cabeça. Se você ainda não conhece, apresentamos o "LIVING COLOUR".
Quando a banda surgiu na metade da década de 80, recebeu o infeliz rótulo de "funk metal". Ridículo, pois o LC é um caldeirão de todos os estilos negros, do soul ao blues, do hip-hop ao funk (o funk decente, verdadeiro, não esse lixo que recebe injustamente o nome de funk por aqui). Só que temperado à moda do Hard-Heavy, com acordes fortes e batida poderosa.
O vocal de Corey Glover pode ser meloso, harmonioso, e agressivo como qualquer banda de Hardcore. O guitarrista Vernon Reid é um virtuoso reconhecido por grandes guitarristas como um híbrido de Hendrix com Malmsteen. E a cozinha? Catzo, a cozinha é um caso à parte! O batera William Calhoun é um polvo, rápido, criativo e versátil, e o baixista Doug Wimbish passa do slap ritmado ao trovejado com uma facilidade única.
Estouraram com o álbum VIVID, no final dos 80, principalmente por causa de uma musiquinha (bem abaixo dos seus padrões) chamada "Glamour Boys", feita justamente para abrir o caminho até as rádios. Depois, uma sucessão de hits, ora pesados e políticos como "Open letter to a landlord", ora sacanas e saculejantes como "Elvis is Dead". A balada "Love rears its ugly head" é um excelente exemplo: uma letra cínica, e uma verdadeira aula de instrumentos e voz. 

Por que essa banda detona? Precisa dizer mais? OK, é o seguinte: o ritmo negro é a alma criativa que criou tantas derivações e vertentes musicais. Mas, combinar o chamado "swing" com o peso das guitarras é algo muito difícil de se fazer. Pois o Living Colour não só fez, como conseguiu a proeza de abrir os horizontes dos fãs da black music para o Hard Rock, e vice-versa! Entre letras jocosas e verdadeiras declarações políticas e sociais, a banda desfila um talento musical incrível, com energia e vitalidade. 

Por onde eu começo? Felizmente tem bastante coisa deles na internet. De videos a músicas, todos os álbuns ao vivo e de estúdio. Para conhecer, aconselho justamente o "Vivid", pela variedade. Preste bastante atenção a letras como "Cult of Personality", bata sua cabeça com "Middle Man", "Desperate People" e "Open Letter". Mas, se for a sua praia, chacoalhe o esqueleto ao som de "Funny Vibe", "What's your favorite color?"... vá descobrindo e se envolvendo. Os meninos não brincam em serviço. Aliás, brincam, mas com um talento gigante...

Dá uma olhadinha nesse clip de "Elvis is Dead". Tirada de sarro, com participação dele, o insofismável Little Richard, além do sax irado de Maceo Parker:

 


Música para reflexão: "What's your favorite color?", deles mesmos.


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3 comentários:

Patricia Beckmann disse...

Estava escutando living colour hoje!!! Adoro!!!

Patricia B disse...

Oiii!! Estava escutando Living Colour hoje!!! Adoro!!

Fabrizia disse...

Não conhecia. Vou procurar!
;)