quinta-feira, 20 de novembro de 2014

LAMBICS. . . quando é a natureza quem faz a cerveja!

Excentricidade e complexidade são palavras que combinam com esta família de cervejas e, portanto, irão nortear boa parte do nosso post de hoje. Após falarmos sobre Lagers e Ales, finalmente chegamos às bebidas de Fermentação Espontânea, também conhecidas por LAMBICS, que frequentemente são confundidas com vinhos.


As cervejas desta família, distintas por natureza, são originárias da região do Vale do Sena, próxima à Bruxelas, na Bélgica. Na verdade, elas estão restritas a cerca de dez cervejarias das redondezas – portanto, beber um líquido deste gênero significa consumir exclusividade.


Ainda sobre isso, é bacana saber que a etimologia da palavra pode ser uma corruptela de Lembeek (flamengo) ou Lembecq (francês), nomes designados à cidade que abriga a tradicional cervejaria Boon – pertencente a esta dezena de estabelecimentos específicos.

O surgimento da terminologia “Lambic“, no entanto, ainda dá pano para muita manga. Dizem também que o nome pode ter derivação direta de “alambique”, antigo aparelho de destilação, ou, ainda,  de “lambere”, palavra latina que significa “para beber”. Quem vai saber, não é mesmo?

Tradicionalismo


Apesar das constantes revoluções e inovações na indústria das bebidas fermentadas, estas cervejas conseguiram preservar suas características praticamente inalteradas nos últimos 500 anos. É por isto que esta família ainda hoje tem suas representantes fabricadas com um terço de trigo (não maltado) e dois terços de cevada maltada, sendo estes acrescidos de lúpulo envelhecido (de um a três anos) para minimizar o amargor e os aromas.



Após ser preparada nestas especificações, as Lambics são transferidas para tanques abertos, conhecidos por “barcos de resfriamento”, onde são resfriadas através da exposição ao ar. É aí que acontece a inoculação natural e espontânea dos microorganismos, processo sem a adição direta de leveduras. Isso porque na Bélgica, região onde elas são produzidas, as características atmosféricas garantem a presença de mais de 200 leveduras e bactérias que já se responsabilizam pelo procedimento.

Feito isso, o mosto é transferido para barris de madeira – preferencialmente de carvalho – que acomodarão o líquido por até três anos, tempo necessário para a fermentação completa e maturação da bebida.

Outra peculiaridade importante das Lambics é que elas eram, e ainda são, produzidas somente entre Outubro e Maio (inverno) em função das condições necessárias para a sua fabricação. É esta sazonalidade que garante que a inoculação natural aconteça com os microorganismos ideais para a fermentação.

Estilos

Dois são os estilos desta família que ganharam notoriedade ao longo dos anos. O primeiro deles caracteriza-se pelas cervejas Fruit Lambics, que contam com a adição de frutas durante o processo de fermentação. Kriek (cereja) e Framboise (framboesa)  são as variações mais comuns. Estas bebidas são normalmente mais adocicadas do que as originais e, por isso, costumam ser mais aceitas pelos consumidores.


Já as Gueuzes são o resultado da mistura de Lambics de diferentes safras, o que acaba por gerar uma fermentação secundária na garrafa. Estas cervejas são bem mais carbonatadas do que os exemplares tradicionais da bebida, que são vendidos quase que exclusivamente em barris.

Assim sendo, mais uma vez tentamos cumprir nosso papel na importantíssima missão de levar a cultura cervejeira às massas. Nunca se esqueça: BEBA MENOS, MAS BEBA BEM!  Em vez de encher o rabo de cerveja vagabunda, barata e congelada - experimente, ou pelo menos tente - as boas cervejas do mundo. Mais vale uma belga bem degustada do que um bando de nacionais sem gosto. 



música para reflexão: DESTA VEZ, vamos até encaixar aqui a letra de uma música da tradição Celta moderna. "Beer Beer Beer" é um verdadeiro hino. Mas tem tudo a ver com esta série de posts fermentados. Ela é mais ou menos assim:

Beer Beer Beer
A long time ago, way back in history, 
when all there was to drink was nothin but cups of tea. 
Along came a man by the name of Charlie Mops, 
and he invented a wonderful drink and he made it out of hops. 

He must have been an admiral a sultan or a king, 
and to his praises we shall always sing. 
Look what he has done for us he's filled us up with cheer! 
Lord bless Charlie Mops, the man who invented beer beer beer 
tiddly beer beer beer. 

The Curtis bar, the James' Pub, the Hole in the Wall as well 
one thing you can be sure of, its Charlie's beer they sell 
so all ye lads a lasses at eleven O'clock ye stop 
for five short seconds, remember Charlie Mops 1 2 3 4 5 

He must have been an admiral a sultan or a king, 
and to his praises we shall always sing. 
Look what he has done for us he's filled us up with cheer! 
Lord bless Charlie Mops, the man who invented beer beer beer 
tiddly beer beer beer. 

A barrel of malt, a bushel of hops, you stir it around with a stick, 
the kind of lubrication to make your engine tick. 
40 pints of wallop a day will keep away the quacks. 
Its only eight pence hapenny and one and six in tax, 1 2 3 4 5 

He must have been an admiral a sultan or a king, 
and to his praises we shall always sing. 
Look what he has done for us he's filled us up with cheer! 
Lord bless Charlie Mops, the man who invented beer beer beer 
tiddly beer beer beer. 

The Lord bless Charlie Mops!