sábado, 22 de fevereiro de 2014

A sua hora TAMBÉM vai chegar . . .

tá lá mais um corpo estendido no chão...
A Matemática é implacável. Neste caso, a Estatística. Quase não percebemos seus movimentos quando ligamos a TV ou lemos as notícias, e lá está a cota diária de crimes. Crescendo assustadoramente mais do que qualquer outro fenômeno social que conhecemos.
Não dá pra saber como, nem quando. Mas você vai ser assaltado no trânsito, furtado numa calçada, agredido ou assassinado no processo. Vai ter dados da internet roubados, seu carro abalroado por um motoqueiro sem habilitação ou um motorista bêbado. Vai sofrer violência sexual, abuso moral e coação. Vai ter seus impostos desviados. Vai ter sua casa furtada, ou assaltada, onde você será refém. Vai sofrer um sequestro, vai ter seu carro ou outro bem roubado.
Não adianta o quanto se sinta seguro, ou tome medidas para sua segurança. Os muros altos, o condomínio fechado, a cerca elétrica e as câmeras. O vigia na rua, o alarme nas portas e janelas. Não vai adiantar a medalhinha de são Bento, a bíblia aberta no salmo 91, as fitinhas do senhor do bonfim, o crucifixo, o buda, o pentagrama, a triqueta, a oração de são Jorge, a bênção ou o passe.
E, se isso é uma certeza estatística, é maior certeza ainda aquela que decreta que algum ente querido seu vai passar por isso também. É uma questão de tempo, até as linhas do gráfico se cruzarem.

Por que tanta assertividade no pessimismo? Pura Ciência. 
the end
O crime cresce em proporções cavalarmente maiores do que a educação, o emprego, a segurança, o PIB, o progresso. E nós, os cidadãos antes chamados "de bem", somos cada vez mais impotentes e em menor número. 
Isso por uma série de fatores, principalmente dois: antes de mais nada, o crime compensa SIM! E não apenas o cometido pelos políticos e grandes criminosos de colarinho branco, mas o crimezinho no varejo. Compensa furtar, roubar, matar, usando de maior ou menor barbárie para isso. E não adianta mais usar clichês do tipo: "cadê a Polícia"... essa raça valente e muitíssimo mal reconhecida está nas ruas, fazendo o que dá pra fazer. Nem todos eles prestam, mas os que merecem o título de honestos saem de casa todo dia, com suas contas atrasadas pelo salário ridículo, para defender a SUA vida e o SEU patrimônio. Com seus equipamentos ultrapassados, com seus comandantes nomeados por partidos e poderes excusos, com seu salário de merda, e principalmente, com a cara e a coragem. Mas eles dificilmente vão poder evitar que o crime atinja seu círculo de conforto - porque não são onipresentes. Neste exato momento, em frente ao seu PC, note, celular, ou o que quer que seja, se alguém invadir seu escritório ou sua casa, com uma arma apontada para você, de que vai adiantar ligar para o 190 (considerando que você consiga)?
Lembre-se: estamos falando em proporções. Quantidade X qualidade. O exército russo da segunda guerra era um bando de maltrapilhos mal armados, mal treinados, morrendo de fome, frio e medo. Mas, para cada russo que os nazistas matavam, apareciam outros dois, e mais outro, e outro, até que venceram pela superioridade numérica. Um policial é fruto de muito tempo de treinamento e preparo. Um criminoso é fruto da primeira oportunidade. A quantidade vence. De goleada...
O que nos leva ao segundo dos dois fatores importantes: o crime não é fruto da superpopulação, mas cresce com ela. Um filho de uma mãe e um pai sem renda, ou miseráveis, tem uma chance "X" de conseguir seu próprio sustento de forma honesta. Já cinco filhos do mesmo casal dividem essa probabilidade. Multiplique então por 10 - número que não é raro nas famílias de baixa renda brasileiras. E então, vamos lá: você é o quinto de 8 filhos de uma mãe que ganha menos que uma miséria, e de um pai que ganha quase isso. Essa é uma hipótese até boa, já que as estatísticas mostram que, a essa altura, o pai já abandonou a mãe ou foi morto, o mesmo com o padrasto que virá depois dele. Você vai à escola, mas a fome, a falta de material escolar, o cansaço das noites mal dormidas em camas divididas com outras 3, 4 crianças, o stress das brigas em casa, tudo isso vai impossibilitar que você pelo menos entenda o que estão tentando te ensinar. Enquanto você pensa na geladeira vazia, a professora tenta lhe ensinar coisas indispensáveis como "o quadrado da hipotenusa é igual à soma do quadrado dos catetos". Você quer apenas jogar uma bola, de preferência de barriga cheia, depois tomar um banho e dormir numa cama limpa. Mas isso não vai acontecer, e você sabe.
No caminho para casa, você vê moleques da sua idade, com camisetas de times, bermudas e - armas. Eles fazem pequenos trabalhinhos para os "patrões" e conseguem sustentar a família. Não precisam ir à escola, não passam fome, e ninguém tem coragem de se meter com eles. 
Quando querem, fazem uma "correria": um assalto, um estupro, um sequestro. Por que não? É uma vida cheia de aventuras. Se os "hómi" prenderem, a idade ajuda. Vai pra uma casa onde velhos e novos conhecidos se encontram para planejarem novas "correrias" pra quando forem pra rua. E se morrer? Morreu, fazer o quê? Acabou a fome, a miséria, o sofrimento, simplesmente acabou essa tragédia que os ricos chamam de vida. O padre da igreja, o pastor do culto, o pai de santo do terreiro - ninguém coloca comida na sua barriga e na da sua família. Quem é que decide o que é "certo" ou "errado", então?
Seu filho vai para a escola e, no caminho, é abordado por "menores infratores". E em questão de segundos, ele é julgado e condenado à morte ali mesmo. Motivo? O celular que carrega, ou o tênis, ou quem sabe até a lancheira! Mas o "menor infrator" vai ser "apreendido", e "condenado" a passar um tempo convivendo com outros piores que ele, jogando bola, se drogando e brigando com os monitores. Cinco ótimas refeições diárias, acesso à internet, aulas de esportes, recreação e auxílio psicológico. É a lei. E quem criou a lei? Aquele político de terno chique e cabelo implantando e pintado que recebeu seu precioso voto, lembra?

Se existe solução? Não, não existe. E por que não?
Porque não existe remédio gostoso e leve que cure doença grave. O crime é um câncer em metástase, e nós fingimos combatê-lo com chazinho, reza,  e "melhoral infantil". Faça as contas...
Não é necessário mais aprofundamento. Nem é necessário falar que o "usuário", esse pobrezinho que é apenas um doente, é quem arma o crime. É o usuário quem paga a bala que vai ser disparada bem no meio dos seus olhos, quando você demorar a soltar a sua bolsa Louis Vuitton. Se você gosta de fumar unzinho, cheirar uminha, coisas do gênero, tenha isso em mente.  O "inocente baseadinho" que o "usuário" enrola está ajudando a manter mais crianças fora da escola - e nas mãos do tráfico. Embora não pareça, já que ele pega sua droga das mãos de um outro bonitinho com cara de inocente, na longa corrente "comercial" que começa com sangue e desprezo.
A esmola que você dá pro coitadinho no semáforo vai pras mãos do vendedor de crack. E quando a esmola não der, o "doente usuário" vai arrancar sua cabeça, se isso lhe render mais uma pedra. 

os bonitinhos da mamãe
Então... como fugir dessa Estatística?

Já lestes Dante? Mais precisamente o "Inferno"? Então, "abandone todas as suas esperanças"...
Porque, enquanto você perdeu seu tempo lendo este texto, mais alguns "menores infratores" foram fabricados, ou estão em processo de fabricação. Nenhum policial foi formado nesse tempo. Nenhum juíz. E Frank Castle só existe na ficção. De real sabemos que novas leis afrouxarão mais as punições, mais e mais direitos serão dados aos nossos algozes. 
Sabemos pelos jornais que as polícias estão sucateadas, seus membros desmotivados, sua fé no trabalho (grande motivador dos policiais honestos) está sendo bombardeada por uma justiça que coloca na rua em tempo recorde o lixo que eles levaram tempo, esforço e sangue para recolher. A polícia que deveria ser a de mais alta autoridade - a federal - diz ter as mãos amarradas por um governo que não quer ver seus amigos, colaboradores, filiados e etc. atrás das grades. E é essa polícia a responsável por punir os crimes que mais lesam o país, já que são cometidos pelos maiores e mais salafrários bandidos na pirâmide criminal.
Tudo isso enquanto nos agarramos à nossa "fé", erguemos o muro, reforçamos a tranca, pagamos o vigia, metemos o pau na polícia, e achamos lindo quando vemos uma menina de 14 anos, sem sustento nem companheiro, aparecendo grávida. Quais as chances desse lindo e inocente bebê escapar das estatísticas?


E as nossas, dos nossos entes queridos, do povo de bem ... quais são?










música para reflexão: "Violent Crime", do Disorder.