sábado, 26 de julho de 2014

Bom é quando faz mal...


Mais uma das tantas pérolas presentes nas letras do MATANZA...

Ontem fui a mais um show da banda, e continuo crendo que esta é a única banda decente na linha que se pode chamar de Rock'n'Roll neste país que muito caga para os rockeiros. Não é perfeita, tem músicas chatinhas, mas leva o público pauleira à loucura, principalmente com as letras realisticamente escrachadas urradas por Jimmy, o urso ruivo que comanda o microfone.


Como dormi e acordei com a zoeira na cabeça, vim mostrar uma das minhas preferidas da banda. Fugindo um pouco do ritmo e levada mais característicos, é um Hard com tons de Johnny Cash (grande influência) que tem uma letra especialmente significativa - para quem se encaixa no perfil. 
Uma alusão meio faroeste mexicano, meio bad bikers. Realista e dura, mas com um tom que lembra a camaradagem - principalmente entre os motociclistas (não motoqueiros, não jaspeiros, não playboys - MOTOCICLISTAS), e o papo que rola quando se despede de um amigo que vai pegar a estrada. Com o devido toque realista/barra-pesada que, ao contrário das musiquinhas happyzinhas, fala mais da vida verdadeira do que de bobeiras de quem acha que a vida é feeeeesta.
A estrada boa, o vento a favor. Uma cerveja na mão e seu grande amor ao seu lado. 

Precisa mais?

Com letra, para você sacar bem a que me refiro. 


Ouça mais MATANZA. Enquanto eles continuarem fazendo boas músicas e shows acachapantes!

tipo isso...
poderia tatuar isso...







música para reflexão: (porra, não leu o texto?!?)

sexta-feira, 25 de julho de 2014

Chegou o frio... beba cerveja !

"Se cerveja só serve pra refrescar, como é que as melhores vêm justamente dos países mais frios...?"

Pow! Na lata! (ou na garrafa, na pressão...your choice). Mais uma que os "cervejeiros de churrasco" vão odiar. 
Em alguns lugares deste estranho país, estamos em pleno inverno. Sim - frio, baixas temperaturas, friaca! E, mesmo que na maior parte do Brasil as temperaturas estejam escaldantes, a folhinha diz que é inverno. E muitos dos meus amigos que só tomam cerveja no estilo "trincando" ficam meio desanimados para encarar uma "geladésima" nesta estação.
É uma pena que a grande maioria deles não vá com a cara dela. A deliciosa cerveja  BOCK !!!
Produzida desde o século 14 pelos alemães (deus os abençoe!), essa cerveja encorpada, escura, forte e ricamente saborosa chegou aos nossos tempos com algumas variações, que só tornaram o gênero ainda mais interessante. 
Dizem que o nome BOCK pode ter vindo de uma corruptela de Einbeck, onde foi criado esse tipo de cerveja. Outros ainda acham que é a tradução literal da palavra alemã (bode), contando uma historinha sobre a cerveja só ser produzida nos meses do signo de Capricórnio... whatsoever, tudo isso só serve para deixar a criança mais atraente - e os rótulos mais artísticos e criativos.
O fato é que hoje em dia temos a BOCK TRADICIONAL, que é mais leve e adocicada, com pouca adição de lúpulo e uma coloração menos escura (do cobreado ao marrom claro). Aroma maltado, tostado, pouco alcoólico (o teor fica entre 6 a 7,5%). Mas muito equilibrada, nem amarga nem doce demais. Algumas marcas podem levar Dunkel no nome, o que já é um indicativo de uma cerveja balanceada e que agrada a quase todos os (bons) gostos.
HELLES ou MAIBOCK já leva o conceito lager um pouco além. Aparentemente surgiu para tentar tornar o estilo, digamos, mais refrescante, para aquelas estações mais quentes da Europa. Como diz o nome, é clara (vai de dourada clara a âmbar), mais marcada pela presença de lúpulo, o que dá um gostinho mais amargo, mas apenas ligeiramente, já que o sabor do malte é bem presente. Com graduação alcoólica semelhante à tradicional, o carbono é mais pronunciado, e a consequência é um sabor mais "picante", se preferirem. Algumas marcas, sinceramente, não parecem ser mais do que uma lager normal, o que confunde um pouco os menos atentos.
DOPPELBOCK é a parte sagrada da família. Historicamente criadas por monges (e quem mais?), as doppel são o verdadeiro "pão líquido" - por isso eram bebidas por aqueles dedicados e santos homens nas épocas de "jejum" (o jejum deles diz respeito a alimentos "sólidos"... tá de sacanagem? Ficar só enchendo a fuça de cerva é algum tipo de penitência?). Bom... enfim... essa maravilha já eleva o grau de alegria para até 12%, e sua coloração é mais ampla: pode ir do dourado escuro até aquele marrom avermelhado incrível. De cara, você nota que a espuma é bem mais consistente e cremosa. O aroma é frutado, às vezes até achocolatado. Já o gosto é mais alcoólico, e o lúpulo é pouco notado - o malte tem um tom levemente tostado, o que dá um aftertaste bem característico. Devido ao seu nascimento "santo", ela foi batizada de "Salvator" quando surgiu - mas esse nome acabou virando propriedade da cervejaria Paulaner. Assim, muitas doppel modernas são batizadas com algum nome que termine por "tor", pra familiarizar. Alguns exemplos são a Optimator, Celebrator, Bajuvator... aí fica mais difícil errar na hora de escolher.
Então temos a EISBOCK, e um paradoxo interessante. Para se produzir essa cerveja perfeita para se tomar no inverno, os mestres simplesmente pegam a doppel, congelam (daí o Eis = gelo), e removem essa camada de gelo, que carrega consigo grande parte da água da cerveja. O que sobra é um líquido muito mais concentrado, forte, e de espuma fina. Pode conter tons frutados, achocolatados, mas sempre sobra um sabor encorpado, um leve adocicado que se mistura ao álcool - o equilíbrio perfeito entre suave e forte. Característica da região alemã de Kulmbach, essa jóia pode passar dos 13% de graduação alcoólica... ou seja, bonita, gostosa, cheirosa - mas bate como força!
Bem, embora existam muitas "variantes das variantes" (já que os cervejeiros adoram fazer experiências), o básico sobre as BOCKS está (bastante) resumido aí. Não são cervejas "comuns", não servem para acompanhar aquela batata frita sebosa, ou aquela porção de algum prato típico sei-lá-de-onde. Os "entendidos"(?) vão dizer que elas harmonizam com esse tipo de carne, aquele tipo de massa - e até doces! Particularmente, acho que a experiência de beber uma BOCK é como saborear um bom expresso, ou um destilado fino: devagar, curtindo desde o aroma até o barulho da espuma, gole a gole. Logo se percebe que é bem difícil "encher a cara" com esse tipo de bebida - ela alimenta, satisfaz, é verdadeiramente uma refeição por si só.
O que fica depois é um aftertaste delicioso, que você não quer mais tirar da boca. JAMAIS deve ser servida na mesma temperatura de uma Pilsen e, dependendo do clima, pode perfeitamente ir para a caldereta na temperatura ambiente. É uma bebida para o inverno, mas que - como tudo que é muito bom - vai bem em qualquer estação!
PROSIT!






música para reflexão: "Black Bock", do Melvins.