quinta-feira, 21 de agosto de 2014

ROCK STAR. . . merece ser assistido?

Quando o filme ROCK STAR foi lançado em 2001, sabia que tinha que assistir. Mas estava cheio de desconfiança, certo de que iria jogar dinheiro fora.
Afinal, o astro principal era o infame Mark Wahlberg - até então mais conhecido como integrante da banda de hip hop Marky Mark and the Funky Bunch, modelo de cueca da Calvin Klein, e de quebra irmão mais novo de Donny Walhberg, integrante da insuportável boys band New Kids on the Block.
Como um cara com esse background viveria um astro do Hard Rock Farofa?
Haviam oferecido o papel a Brad Pitt, que polidamente declinou. Ao seu lado estaria a bonitinha Jennifer Aniston, só conhecida pelo xaropíssimo "Friends"...
Por que, então, jogar dinheiro e tempo fora?
À época, confesso que só cedi por causa de participações estelares como meu amigo e mentor Zakk Wylde, Nick Catanese (ex-integrante do Black Label Society), Jeff Pilson (ex-Dokken), Brian Vander Ark (da alternativa Verve Pipe), além do já lendário baterista Jason Bonham (que dispensa apresentações). Esses talentos musicais fariam pontas como integrantes das bandas fictícias criadas para o filme - e não seriam utilizados só pra fazer o que um figurantezinho barato faria - segurar um instrumento e fingir que toca.
a pomba-gira lá atrás é o competente Dominic West
Curiosamente, a história foi inspirada num fato real, aliás, num conjunto de fatos reais. Um belo dia o Judas Priest, uma das melhores e mais influentes bandas de Metal do planeta, teve a estupidez de dispensar o vocalista Rob Halford (mr. Metal God himself) por "disputas internas". Mais surpreendente ainda, para o seu lugar foi escalado um desconhecido cantor em uma banda COVER do Priest - Ripper Owens. Da noite para o dia, o fã ardoroso virou a estrela central de um dos maiores grupos da Terra.
Fora isso, e o fato do vocalista demitido ser gay, as semelhanças com a vida real praticamente vão embora.
Para o filme, foi criada uma superbanda, o STEEL DRAGON. E para ela, um álbum completo, com as músicas que seriam utilizadas no filme, e outras tantas - o que acabou gerando mais procura da trilha sonora do que do filme em si - basta ver o calibre dos músicos integrantes. Apenas tenha em mente que é o famoso Rock Farofa - muito laquê e roupas coloridas, som pesadinho, mas longe do verdadeiro Metal. Som e visual vão pro lado de melecas como Poison, Ratt, Cinderella... talvez pra não caracterizar tanto o Judas...

Hoje, depois de assistir algumas vezes (volta e meia está em algum canal aberto ou pago), percebi que o apelo para mim é mais "filosófico", por assim dizer. Em suma, o cara sonha em ser um astro do Rock. Um belo dia, do nada, o sonho se torna realidade - mais ainda, na sua banda preferida! Dinheiro, fama, drogas, putaria, a desejada vida de um Rock Star. O mundo aos seus pés.

É... a dura vida de um astro do Rock

...e de sua(s) companheira(s)... that's Rock and Roll babe!
Até a hora em que isso começa a não bastar. A pessoa foi anulada pelo personagem. Todos que o cercam são desconhecidos, interesseiros, parasitas do seu sucesso. As pessoas que realmente importavam se afastam, repelidas pelo mundo em que agora ele vive. Quando acaba a fantasia, não sobra muita coisa... e o filme é bem realista nesse ponto. Todos os excessos estão lá, embora amenizados. E as picuinhas que todos sabemos que existem dentro das bandas, famosas ou não. Pequenos detalhes que quem acompanha esse mundo conhece muito bem. E que o Mestre Peart colocou em palavras na estupenda música "Limelight".

Avaliando tudo isso, e passados 13 anos de seu lançamento, ROCK STAR pode - sim - integrar a lista dos filmes que devem ser assistidos por quem curte Rock ou já sonhou estar no palco iluminado. Uma levada que também foi bem retratada em filmes como "Almost Famous", por exemplo.
Talvez até pela música, se você for fã do estilo laquê-farofa-fubá-boys looking like girls.
Particularmente, minha música preferida é justamente a final, quando Mark está num boteco cantando com uma banda alternativa. É a ótima "Colorful", do Verve Pipe. E não tem nada a ver com o que rola no resto do filme...

Dê uma chance ao filme "B". Principalmente quando tiver Rock. 
Ah... e eu ainda acho que o protagonista poderia ser outro. Wahlberg é fraquinho, e não muda de expressão nem com delineador nos olhos... mas... foi o que sobrou.





música para reflexão: "Colorful", do Verve Pipe.



terça-feira, 19 de agosto de 2014

Retrato de uma mulher feliz...

Lá estava o que sobrou do defunto candidato à presidência do brazil. Entre políticos que ocultavam sua felicidade, aproveitadores e falsidades em geral, uma senhora, com todo jeito da maioria que elege os presidentes, cujo ridículo superou  a imbecilidade. O que não é fácil nos dias de hoje...
Sorrindo, pega seu sensacional smartphone (comprado com a esmola de alguma "bolsa", talvez?) e lasca um "selfie", tendo ao fundo o caixão com o farelo do morto, enfeitado por sua foto.
Certamente enfrentou horas de fila para isso. Certamente postou nas "redes sociais". Certamente ganhou muitas "curtidas". E, mais do que certamente, provou que a maioria dos seres humanos não está à altura de ter descido das árvores e dominado (?) a tecnologia.
Para nossa satisfação, outros utilizaram a mesma tecnologia para situar a cidadã feliz em outros eventos "felizes". Onde, tenham a certeza, se pudesse, lá estaria esse ser, seguido de tantos outros que fariam o mesmo - senão pior.

Parabéns, amantes do "selfie". Que façam com vocês o que ela fez com o finado.

"arrasada, dando meu último adeus ao... aquele cara que apareceu na tv. Quantas curtidas eu mereço?"











música para reflexão: "Die Motherfucker Die", do Dope.