para começar a conhecer o Raven: "Live at the Inferno" |
Queridas crianças que somente agora estão chegando à gloriosa casa dos 30.
Houve uma época em que o HEAVY METAL teve seu pináculo.
Se ninguém sabe dizer com certeza quem o criou, ou mesmo onde, o fato é que os anos 80, com toda sua breguice, exagero e yuppismo capitalista, também gerou um dos maiores movimentos do Rock Pesado: a "New Wave of British Heavy Metal"!
Você pode pesquisar porque o assunto é inesgotável. Na minha modesta opinião, uns bons 80% das melhores bandas de Metal de todos os tempos floresceram nessa época. Não é necessário falar de ícones eternos como Motörhead ou Judas Priest, mas alguns outros nomes ficaram presos naquele passado, tendo sido conhecidos apenas por poucos iniciados.
Falamos hoje de um deles: o RAVEN.
Talvez o grande mérito da NWOBHM tenha sido a variação sobre um mesmo tema. Sobre a mesma batida pesada e ritmo massacrante, surgiram estilos que iam dos mais sombrios e obscuros aos mais escrachadamente "for fun". E o RAVEN está justamente nessa última linha.
Formada, na verdade, pelos idos de 1974, somente com o florescer daquele movimento vieram a ser conhecidos mundialmente, e construíram seus maiores sucessos. Sim, sucessos, porque a banda figurou entre os principais headliners dos maiores festivais de Rock da época. Seu primeiro disco, "Rock Until you Drop" veio à luz em 1981, e até hoje é digno de ser tocado no volume 11 em qualquer Metal Party.
Os irmãos Galagher são os responsáveis pela gênese do grupo. John, no baixo e nos vocais. Mark nas guitarras. Foram diversas as formações, mas com Rob "Wacko" Hunter na bateria ficaram conhecidos como os criadores do "Athletic Rock". Sim, porque a energia no palco era absurda - e Wacko invariavelmente dispensava as baquetas para esmurrar bumbos, tambores e pratos com os punhos e a cabeça (daí usar equipamentos de futebol americano durante os shows).
O som é enérgico, dinâmico. Nada de baladas, enrolações ou virtuosismos gratuitos. John toca um baixo eficiente, e seu tom de voz às vezes chega a ser hilário, de tanto abusar dos agudos. A guitarra de Mark é certeira, e nada fica fora do lugar.
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nos áureos tempos de "Athletic Rock" |
Não estou aqui para comparar o RAVEN a nenhuma outra banda. Nem seus músicos a outros, nem seu sucesso - prematuro e fugaz - ao de outros medalhões da NWOBHM.
Mas é um som gostoso, vibrante, do tipo que você coloca no som do carro e tem vontade de sair gritando pela estrada. Literalmente. As letras não têm baixo astral, questionamentos filosóficos nem grandes elucubrações. Beiram o juvenil, às vezes - demonstrando a clara intenção da banda de DIVERTIR!
Mas é bom. Bom demais.
Ainda em ação até hoje, os velhotes continuam destruindo nos instrumentos, empolgando plateias de molecada nova, e nos fazendo lembrar de como o som em geral, a indústria musical, a criatividade de quem fazia som pesado, já foi bem, mas beeeeeeem mais ampla do que aparece nos dias de hoje.
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os meninos Galagher, provando que são Conservados no Rock. |
Nem preciso recomendar uma "discoteca básica". Você pode encontrar muita coisa deles na internet, e até excertos de shows no YouTube. Para os preguiçosos, uma olhadinha na barra de músicas lá no alto do blog vai revelar uma das mais eletrizantes músicas do então trio. Aumente o som das caixinhas e detone "Screaming Down the House". Depois, espalhe sua "descoberta" entre os amigos que não tiveram a felicidade de conhecer esses quase extintos expoentes do Metal Britânico oitentista.
música para reflexão: (tá de sacanagem? TUDO do RAVEN!)