Estreando a série "reedição dos posts mais lidos" (ou seja, repetindo, como todo mundo faz nesta época do ano...), um que certamente atraiu muita atenção... Vê aí, ó:
Não foi fácil ser convencido a escrever sobre esse tipo de coisa aqui. Minha contribuição neste espaço sempre foi mais sobre Heavy Metal, mulheres maravilhosas e palhaçadas em geral.
Não foi fácil ser convencido a escrever sobre esse tipo de coisa aqui. Minha contribuição neste espaço sempre foi mais sobre Heavy Metal, mulheres maravilhosas e palhaçadas em geral.
Mas não é de hoje que a gente discute o fato de que - com o passar do tempo, a chegada dos fios brancos, a entrada nos fatídicos "enta" dos 40... vem também uma dose de experiência fantástica - porque é empírica, pragmática. Entre uma fermentada e um destilado, volta e meia alguém diz: "se eu soubesse o que sei hoje 20 anos atrás..." ou então "se uma menina soubesse o que a gente sabe, a gente estaria f...". Isso porque, desde que o mundo é mundo, passamos a parte mais interessante da vida "correndo atrás" de alguém, ou alguéns...
Por que erramos tanto? Em que a idade e a vivência podem ajudar? E - repare que eu disse AJUDAR, e não ENSINAR! Ninguém vem com bula, e cada indivíduo é mais - ou menos - diferente de outro. Não há regra para acertar sempre (mais provável uma regra para errar sempre, isso sim).
Então ficou assim. Anos de "mercado" colocados na mesa: paqueras, ficadas, namoros, transas, casamentos, e muitas, muitas decepções... podem servir de "orientação" para, pelo menos, que o leitor atento não repita uma besteira que alguém já fez antes dele. Sabe aquele slogan do guia 4 rodas: "a gente entra nas furadas pra te ajudar a se livrar delas..."?
Meio como... "esses fios desencapados são perigosos. Se você tocá-los, com certeza vai se foder!" Não é melhor ler e NÃO fazer do que aprender na marra, tomando choque feito uma besta?
Não vai ser sempre, mas estaremos aqui. Você - fedelho que ainda está cambaleando na seara iluminada do relacionamento sexual, ou menina que ainda não sabe direito como lidar com essa aberração chamada "homem", com certeza vai ler coisas bem mais úteis do que essas porcarias tipo "nova" e "marie claire" tentam lhe ensinar usando nomes de psicólogos, sexólogos, e outros ólogos para emprestar credibilidade a cretinices pseudo-científicas.
Então vamos logo para a primeira grande mentira que nos empurram:
OS OPOSTOS SE ATRAEM..?
Ah é?
Eu diria que, mesmo que se atraiam no começo, vão enlouquecer um ao outro depois.
Existem pessoas que realmente conseguem conviver bem com alguém que não tem nada em comum consigo. Aliás, quantos de nós não são forçados a fazer isso no trampo, na vida, até dentro da família?
Mas é um absurdo supor que pessoas sem gostos em comum vão conseguir manter um relacionamento estável, saudável e - principalmente - equilibrado. Um sempre vai estar cedendo - nas pequenas e nas grandes coisas. Até o dia em que o fio estica e arrebenta.
Ele gosta de SLAYER. Coloca o som alto, pega uma de suas guitarras imaginárias, e berra junto enquanto balança o cabeção. Ela não consegue ouvir uma única nota saída da guitarra fantástica de Kerry King - mas se amarra no funk do "M.C. não-sei-quezinho". Coloca o shortinho defunto (enterrado) e faz sua dança do acasalamento grupal enquanto ouve aquela maldita batida repetida à exaustão, acompanhada pela voz de vendedor de pamonha depois de uma faringite.
Pergunta: quem vai ceder e ir ao show que o outro gosta? O cabeludo no morro curtindo funk, ou a popozuda no mosh pit chacoalhando os apliques? Pensa aí...
Bom - se o assunto é cama (trepar, transar, foder... sexo!), há negociação. Essa dança dá pros dois fazerem sem errar no ritmo (com o som desligado, de preferência...). Afinal, por sexo, o roqueiro vai em baile de carnaval, o sertanejo vai em show de metal nórdico
Mas - dá pra pensar em algo mais definitivo?
Ele quer assistir futebol, ela quer ver novela. Um cede. Ele quer ir pro boteco beber cerveja, ela quer ir a uma vernissage. O outro cede. Ele não acha a menor graça em mulheres "produzidas". Ela pinta o cabelo de roxo e se veste como drag queen...
Got the picture?
Evidentemente ninguém é 100% igual a ninguém. isso é ótimo, enriquece a relação, apimenta o relacionamento, e, principalmente, ENSINA.
Só que há coisas irreconciliáveis. Se eu tenho erisipela só de ouvir uma batida de axé, como vou conviver com uma mulher que chora de emoção quando o trio elétrico passa?
OK, a gente tenta e fica juntos. Pode até fazer um acordo: ela ouve essa imundice no fone de ouvido, ou trancada no quarto revestido de caixas de ovos. Mas a coitada vai passar o resto da vida sem seu precioso carnaval na Bahia, sem ir ao show do "gerimum com caqui" (ou outro nome dessas bandas desgraçadas...), sem nem poder usar um abadá? Pra quê? Pra um dia, numa das milhares de briguinhas que todo casal tem e terá, um jogar isso na cara do outro?
É claro que vocês perceberam que eu usei "música" como exemplo - mas e se for algo mais fundamental... diferenças no caráter, no juízo de valores, no próprio modo de encarar a vida. Um casal onde um gasta tudo que ganha e outro poupa tudo que sobra... vai parar aonde? "Querida, estourei o cartão!" - "Tudo bem, amor, o importante é que eu te amo..."
Sério? Tá...
Então faça esse exercício: quando alguém lhe chamar a atenção (de um modo, digamos, "acasalatório"), analise a criatura e pense: item 1: quero só transar (ótimo, pule para o item 3); item 2: parece legal, dá pra pensar em namorar - epa, abra bem os olhos e analise o que pode vir junto com o pacote. Se for só o item 1, passe para o item 3. Se não, pense em vocês dois passeando no shopping de mãos dadas, você apresentando para os seus parentes e amigos. O cabelo roxo vai incomodar? As tattoos espalhadas pelo corpo? O alargador nas orelhas? O cabelo com quilos de gel e a camisa social fechada até o colarinho? O papo que gira entre novela e revista de menina? A camiseta do time de futebol? Vai pensando, vai liberando a imaginação...
Se nada disso mudar sua ideia, se ainda assim você está na pilha de partir pra cima, é hora do item 3.
Item 3: mande ver! Aproveite... e Carpe Diem! A vida é curta demais para arrependimentos...
música para reflexão: "This Love", do Pantera.
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