sábado, 15 de outubro de 2011
quarta-feira, 12 de outubro de 2011
terça-feira, 11 de outubro de 2011
domingo, 9 de outubro de 2011
Crônica da estupidez humana...
Eu sempre quis comentar algo sobre esse filme que eu acho estupendo. Mas toda vez que eu começava a escrever, acabava derrapando para o lugar comum: descer o pau no ser humano por suas imbecilidades, em especial, a guerra.
Então, nesse blog aqui eu vi a melhor crítica que já se fez sobre o aclamado "Vá e Veja", filme de 1985 com o título original de "Idi i Smotri". Não foi sucesso comercial, e só agora saiu em DVD. Isso porque não é bonitinho, coloridinho, cheio de galãs e gostosas, nem tem trilha sonora dançante. Seu mérito é ser cru, e absurdamente realista. Não é indicado para quem vê o mundo em cor de rosa. Mas quem quer aproveitar o tempo em que está neste planeta para refletir, pensar, e tentar melhorar como habitante desta enorme casa, não pode deixar de ver.
Agora, esqueça as minhas baboseiras e leia o excelente comentário que eu citei:
"O começo não é promissor. O filme se passa numa terra distante, numa época distante, sem destaque no meio das imagens-símbolo da Segunda Guerra Mundial. Contudo, é simplesmente o melhor filme que eu já vi. De todos os mais de quatrocentos clássicos aos quais assisti desde que comecei a me interessar por cinema, esse é simplesmente o único para o qual não há crítica. Posso apenas comentá-lo, apenas observá-lo de longe e admirar sua honestidade.
Não há enredo no filme. Tudo se desenrola de forma onírica na Bielorrúsia de 1943, onde o menino Florya quer se juntar ao movimento de resistência local contra os nazistas. A obra, entretanto, não é sobre a guerra. É um estudo colossal de seus efeitos nas pessoas, e como os seres humanos podem ser sádicos, cínicos e assustadores. Quanto mais pessoas o protagonista encontra, mais ele se afunda (literalmente, inclusive, numa cena) na sujeira da guerra e da maldade humana, que vem à tona apenas no conflito.
Se eu tivesse apenas algumas horas de vida, escolheria assistir a esse filme. É um resumo perfeito de tudo o que eu acredito sobre a humanidade, é natural portanto deixar esse mundo com a mesma impressão de Florya, com a mesma revolta, e inclusive com a mesma impotência. Não há diferença entre nós, espectadores da odisséia desgraçada do menino, e ele próprio, que não pode fazer nada senão olhar em volta e se desesperar com os horrores que ele, infelizmente, viveu para presenciar.
Não houve para mim, até hoje, experiência mais verdadeira no cinema do que ver essa obra-prima. A última cena figura entre os tesouros mais preciosos (e amargos) já produzidos pela arte."
Guigo Klinkerfuss.Não há enredo no filme. Tudo se desenrola de forma onírica na Bielorrúsia de 1943, onde o menino Florya quer se juntar ao movimento de resistência local contra os nazistas. A obra, entretanto, não é sobre a guerra. É um estudo colossal de seus efeitos nas pessoas, e como os seres humanos podem ser sádicos, cínicos e assustadores. Quanto mais pessoas o protagonista encontra, mais ele se afunda (literalmente, inclusive, numa cena) na sujeira da guerra e da maldade humana, que vem à tona apenas no conflito.
Se eu tivesse apenas algumas horas de vida, escolheria assistir a esse filme. É um resumo perfeito de tudo o que eu acredito sobre a humanidade, é natural portanto deixar esse mundo com a mesma impressão de Florya, com a mesma revolta, e inclusive com a mesma impotência. Não há diferença entre nós, espectadores da odisséia desgraçada do menino, e ele próprio, que não pode fazer nada senão olhar em volta e se desesperar com os horrores que ele, infelizmente, viveu para presenciar.
Não houve para mim, até hoje, experiência mais verdadeira no cinema do que ver essa obra-prima. A última cena figura entre os tesouros mais preciosos (e amargos) já produzidos pela arte."
música para reflexão: "The evil that men do", do Maiden
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