Um principe chega ao país, e o alvoroço é como o esperado.
Incrível mesmo é a volta no tempo, ou melhor ainda, a estagnação em um período da História que separava pessoas em classes por desígnios "divinos". Isso SE pudessem ser consideradas "pessoas".
Este é o século 21, e um "príncipe" ainda evoca o sentimento de que "eles" estão em um mundo diferente do nosso, um mundo onde, por "desígnio divino", há paparicação, pompa, circunstância, e uma adulação deificante. "Eles" não são feitos da mesma matéria que nós, o sangue deles é... azul...
Enquanto isso, no país que o príncipe visita, trabalhadores das mais baixas classes ligam seus televisores comprados em 150 prestações, ou mesmo seus celulares chineses nas (muitas) conduções diárias, para acompanharem as últimas ... "façanhas"... de mulheres que encontraram o pote de ouro no fim do... quarto de alcova, apadrinhadas por homens com muito dinheiro e pouquíssima autoestima.
E essas pessoas, que madrugam e definham em trabalhos pouco gratificantes para ganharem seu mísero sustento, deliciam-se com as intermináveis viagens, compras, idiotices e taças de champanhe de mulheres cujo único mérito foi "dar certo".
Mulheres essas que jamais seriam para um verdadeiro príncipe mais do que cortesãs. Mas que ocupam um lugar no Olimpo do imaginário popular, como se também fossem de uma casta superior criada por "desígnio divino". Com seus Q.I.s de 2 dígitos, rostos repuxados e corpos retalhados por "renomados cirurgiões(??)", essas deidades não ousam sair à rua do jeito que acordam. Não passariam em um concurso de segundo grau de uma prefeitura do interior. Jamais contribuirão para qualquer melhoria neste mundo ou à humanidade como um todo.
Em um mundo perfeito, seriam a vergonha do universo feminino. Não por não serem uma Madame Curie, ou uma Clarice Lispector, uma Ayn Rand ou uma Mayana Zatz. Mas simplesmente por não terem a dignidade de uma doméstica, de uma funcionária pública, uma professora, ou uma mãe que vive por seus filhos (e não às custas dos pais deles).
Nenhuma novidade. Nenhum motivo para surpresa. Este é o nosso mundo, é assim que são "formadas as opiniões" (e os eleitores...).
Como no passado, aqueles que não são nobres ou cortesãs... são os lacaios. Os que trabalham duro para manter "eles" em seu lugar de "desígnio divino". Sustentá-los não apenas com nosso dinheiro, mas com nosso louvor, admiração e adoração. Algo que as crianças querem ser quando crescerem. Aí, é claro, quem não tem sangue azul já está fora da equação... Mas ainda restará a chance de um... bom enlace. Ou mais "modernosamente" falando, um bom acordo. Esse é, e sempre foi, o negócio das cortesãs - na época das carruagens ou da internet.
Os lacaios também sempre existirão, é uma certeza.
O que incomoda é que os lacaios de antigamente o eram por não terem escolha. Hoje em dia, escolhem ser lacaios dessa corja que os ofusca com seu brilho de pele repuxada e botocada, suas jóias inúteis e sorrisos ricamente construídos e ...vazios.
Longa vida a quem não merece!
uma cortesã sempre encontra um troux... benfeitor. |
provando a todos que "trabalho árduo" é para idiotas e escrupulosos.
música para reflexão: "A Farewell to Kings", do...............RUSH!
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4 comentários:
Infelizmente isso acontece até mesmo na tal "blogosfera". Blogueira (famuósa) postam um esmalte e terá dezenas de seguidoras comentando, adorando e paparicando...tadinhas.
Já um texto como esse, muitas(os) não tem capacidade nem ao menos de uma simples interpretação.
Povão gosta mesmo é de bosta.
Prostituição de luxo.
E o que mais tem é ASPIRANTE ao cargo.
Excelente texto. Muito mesmo!
Adorei o texto!
É incrível a atenção que essas pessoas recebem, como se fossem melhores do que os outros só porque têm um título vazio (príncipe, celebridade etc). É como vc disse, antes os lacaios não tinham opção, hoje em dia...
Sempre soube que o homem da minha vida teria que ter, antes de tudo, a minha admiração.
Tenho orgulho do que você é.
Príncipe nenhum no mundo tem o mesmo valor.
E quanto às cortesãs: Elas sempre vão achar um otário para uma vida miserável.
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