sábado, 9 de julho de 2011

Tentando desmentir Andy Warhol...


Exemplos pipocam pelo planeta. Celebridades instantâneas, aparecendo em todo tipo de mídia (menos a séria), falando bobagens, exibindo inutilidades, criando uma realidade paralela, onde a única meta é esticar ao máximo os 15 minutos de fama.
Eu sei que sou a exceção das exceções por não gostar de atrações simiescas como os BBBs, fazendas, os chamados reality shows (que pouco tem de reality, diga-se...).
Mas o preocupante é – por que diabos as pessoas gostam tanto de gente que não fez nada de especial, não criou nada, não tem (nenhuma) genialidade, não realizou atos heróicos ou de patriotismo, algo do gênero?
Já me acostumei a ver aquela “cara de passarinho” da Paris Hilton em tudo quanto é canto. Aí paro um pouco e penso: “que diabos a criatura fez pra tanto holofote?”. Bom, ela é herdeira dos Hotéis Hilton; já apareceu em vídeos dando pra um cara; já foi presa algumas vezes...and so what??!? Quantos não são os herdeiros de impérios financeiros que nunca aparecem na mídia? Bom, com certeza é porque estão trabalhando para aumentar a fortuna da família, em vez de dilapidar seus milhões na frente dos flashes...
E eu citei a mega-patricinha-piriguete acima por um motivo. Ela tem uma legião de fãs (até aí tudo bem, cada um venera o que quer), mas muitas delas são meninas muito novinhas, que acham que essa “coisa” é exemplo a ser seguido! Querem ser como ela, vestir-se como ela, fazer o que ela faz... em um contexto que é absurdamente diferente da realidade. Isso é preocupante.
Na nossa esfera, quantos meninas e meninos cujo sonho é “ser um BBB” (?). Às voltas com plásticas, bombas e bronzeamentos, não querem saber de estudo, trabalho, da vida real. Querem expor corpos (muito) e mentes (pouco) para o mundo ver, e depois o óbvio – revista sem roupa, “tvFama”, e o quase inevitável ostracismo eterno (seguido, não raramente, de depressão, angústia, e a síndrome do “ninguém me reconhece”...)
Enquanto isso, milhares de cidadãos brilhantes estão debruçados sobre microscópios buscando cura para doenças que nos dizimam. Outros tantos estão pendurados em prédios limpando as janelas por onde os altos executivos enxergam o mundo. Outros estão em campos de batalha, enviados contra sua vontade para lutarem uma guerra que não lhes pertence. Outros lutam bravamente pelo simples ato de colocar comida na mesa, honestamente, sem “atalhos” excusos.
Você não sabe o nome deles. Não os reconhece na rua. Dificilmente os verá na mídia.
Pior ainda – poucos meninos e meninas se inspiram neles para o futuro.
É como se a tal “fama” fosse o cálice sagrado, a única coisa a ser perseguida, a qualquer preço e por qualquer meio. E as pessoas “normais” só servissem para seguidores...
E, por trás disso tudo, uma mídia que vive de mastigar esses idiotas e cuspir suas carcaças, um atrás do outro, continuamente.
Por isso é que nada mais nos choca. O bizarro é nosso companheiro diário...

Devolve a garrafa do LEMMY, ô vagaba!!!




Música para reflexão: “Stacked Actors”, do Foo Fighters.


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Um comentário:

Débora disse...

Muita televisão, zero educação. Fica mais fácil manipular.